A McAfee se nega a dar o nome do autor e apenas indica que o responsável de fato seria um governo. Segundo a empresa, órgãos do governo brasileiro e companhias também já foram alvos de espionagem estrangeira detectada pela McAfee nos últimos meses, mas o país não faz parte da investigação que a empresa publicou ontem. "Estamos monitorando a situação no Brasil e na América do Sul e temos tido uma série de ocorrências nessa região, tanto com órgãos do governo como grandes empresas", afirmou ao Estado o estrategista em Segurança da empresa, Toralv Dirro.
Segundo a empresa, o incidente é a mais recente confirmação da guerra cibernética travada entre potências. O episódio seria também uma demonstração de que governos estão modernizando suas táticas de inteligência para atuar na rede em busca de informações que possam ser de seu interesse.
Os hackers tinham como missão obter dados diplomáticos, políticos e militares. Informações sobre negociações secretas foram os principais alvos. Segundo fontes da empresa, na invasão foram roubados planos militares e designs de produtos altamente sofisticados.
A operação de ciberespionagem estaria há cinco anos em andamento. Por enquanto, alvos em 14 países foram detectados. A informação já havia sido passada de forma confidencial para a Casa Branca na semana passada. De acordo com o vice-presidente da empresa, Dmitri Alperovitch, agências de governos como de Taiwan, Coreia do Sul, Vietnã, Canadá e EUA foram atingidas. Empresas no Japão, no Sudeste Asiático, na Alemanha e na Suíça também estão entre os alvos. No total, 49 empresas americanas foram vítimas da espionagem, entre elas 13 companhias que prestam serviços para o Departamento de Defesa dos EUA.
Em Genebra, os computadores da ONU foram invadidos em 2008. O ataque só foi notado em 2010 e os invasores teriam tido acesso a documentos por quase dois anos. Ontem, a ONU disse que todas as verificações estavam sendo realizadas. "A ideia é reexaminar toda a rede em Genebra", disse Farhan Haq, porta-voz da Secretaria-Geral da ONU.
Empresas de construção, aço, energia, tecnologia e agências de notícias foram invadidas. Segundo o Washington Post, agência Associated Press teria sido vítima. O Comitê Internacional Olímpico também foi alvo da invasão nos momentos que antecederam a celebração dos Jogos de Pequim de 2008. Os computadores da entidade permaneceram sob a vigilância dos hackers por 20 meses, sem serem notados. Meses antes do evento, a China foi alvo de protestos em todo o mundo por causa das violações dos direitos humanos e o COI foi pressionado a cancelar os jogos. "Se isso for verdade, é algo preocupante", afirmou Mark Adams, diretor de comunicação do COI.
Créditos: Leonardo Magalhães | Dinamite Hackers
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